Shifting Paradigms
Dos Estudos às Competências
Dos Estudos às Competências
By Epic Talent Society
Abril 29, 2025

Na sociedade atual, parece muitas vezes que toda a gente tem um diploma universitário. Um diploma é considerado uma espécie de carta de condução para navegar na classe média. Tradicionalmente, um bom GPA era visto como um bilhete de entrada para empresas de topo, levando muitos a acreditar que este caminho era uma via de sentido único para a mobilidade social ascendente.

É frequente olharmos com ceticismo para aqueles que optam por não seguir um curso superior e, mais ainda, para aqueles que decidem desistir. Temos tendência para classificar estes indivíduos na prateleira dos preconceitos.

Assistimos a uma realidade paralela de indivíduos que, sem qualificações ou autorizações formais, aprenderam novas competências e tornaram-se ricos. Quer se trate de programação ou de soldadura marítima, continua a ser difícil para nós conciliar a ideia de uma pessoa alcançar o sucesso económico sem um diploma.

 

O valor crescente das competências futuras

Atualmente, fala-se muito das “competências do futuro” – aquelas que são muito procuradas e que trazem recompensas significativas. Muitas pessoas consideram a possibilidade de aprender estas competências para complementar o seu rendimento ou simplesmente para crescimento pessoal, mas encontrar tempo para aprender e dominar algo novo pode ser um desafio, especialmente se não se é particularmente apaixonado pelo assunto.

Está provado há muito tempo que ter paixão por um assunto faz uma diferença significativa. Se pegarmos em dois indivíduos, um com paixão e outro sem, e os ensinarmos a “partir pedras”, após 10.000 horas, um será pedreiro e o outro escultor (sem desrespeito pelos pedreiros).

Uma “competência” é um talento aplicado num domínio específico. Por exemplo, se alguém tem um talento para a comunicação, pode considerar carreiras como padre, político, advogado ou pivot de televisão. Embora o talento seja a base, cada uma destas carreiras requer competências diferentes. O padre prega, o político defende, o advogado representa e o pivô de TV apresenta (ou representa). Menciono isto porque a maioria das pessoas com quem me cruzo não diferencia talento de competência, utilizando os termos indistintamente. É importante notar que, embora as competências possam gerar rendimentos, o talento tem um valor inerente. Quando aprendemos competências que se alinham com os nossos talentos, fazemos realmente a diferença.

 

A necessidade de identidade no trabalho

Voltando ao tema das competências, é verdade que certas competências estão atualmente em falta, mas é difícil acreditar que o talento em si seja escasso (porque toda a gente tem talento). Nesta era em que todos queremos personalizar as nossas funções e as empresas querem diferenciar as suas abordagens, é necessário aceitar que a falta de competências não se deve apenas à ineficiência do mercado; deve-se também ao facto de o nosso trabalho dever ser orientado para a identidade. As pessoas continuam a querer que o seu trabalho e a forma como o fazem sejam distintos e reconhecíveis, conferindo um sentido de estatuto.

 

Equilíbrio entre educação e competências

Do meu ponto de vista, não se trata de escolher uma coisa ou outra. Precisamos de um diploma universitário para criar hábitos de estudo, mas também temos de encontrar formas alternativas de aprender e socializar, explorando as recombinações que nos tornarão cada vez mais únicos. O futuro do trabalho não se resume à posse de competências; trata-se de integrar essas competências com as nossas paixões e talentos para criar uma identidade única na nossa vida profissional.

À medida que avançamos, a narrativa deve mudar da ênfase tradicional nos diplomas para uma compreensão mais alargada das competências e da sua aplicação. Esta mudança permitirá aos indivíduos prosperar num mercado de trabalho em constante mudança, onde a capacidade de aprender e de se adaptar é tão crucial como qualquer qualificação formal. Adotar esta abordagem dupla – valorizando tanto a educação como as competências – será fundamental para navegar nas complexidades do futuro local de trabalho.

Ao adotar uma combinação de educação tradicional e a procura de novas competências, os indivíduos podem posicionar-se melhor para o sucesso num mercado de trabalho em rápida evolução. A tónica deve ser colocada na aprendizagem e adaptação contínuas, assegurando que as nossas competências e talentos estão alinhados com as nossas aspirações profissionais. Ao fazê-lo, podemos não só satisfazer as exigências da economia atual, mas também antecipar e prepararmo-nos para os desafios de amanhã.

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